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Celebrada no Brasil todo dia 15 de julho, Dia do Homem é um chamado aos homens cuidarem do corpo e da mente, sem preconceitos

Com o propósito de discutir todos os paradigmas que envolvem a masculinidade contemporânea – abordando questões de saúde, vivência de emoções e até a equidade de gênero entre homens e mulheres – o Dia do Homem foi instituído, no Brasil, por volta dos anos de 1990. De lá para cá, com o avanço do debate social, a masculinidade é discutida na atualidade com o objetivo de propor ao homem a vivência plena de toda a sua potencialidade e a superação de estereótipos.

Em se tratando do luto, geralmente é cobrado pela sociedade que o homem seja forte e não demonstre emoções. Entretanto, para a psicóloga especialista no tema e colaboradora do cemitério e crematório Morada da Paz no RN, Mariana Simonetti, essa pode não ser a forma mais saudável de lidar com essas emoções. “Em uma sociedade machista, o homem pode ser levado a suprimir e reprimir suas emoções, para que não seja visto como fraco ou inferior”, explica a psicóloga.

“Com o cuidado de não generalizarmos, ainda é comum vermos alguns homens trazendo para si a responsabilidade de ser fortaleza em momentos de perda”, continua Simonetti. O impacto dessa negação das emoções é uma incongruência na vivência dos sentimentos e, a longo prazo, isso pode prejudicar a saúde mental do indivíduo.

Como na morte de um filho, pai e mãe sofrem cada um ao seu modo, mas a expectativa geralmente é apontada apenas para o sofrimento da mulher, com o discurso: “só uma mãe sabe a dor de perder um filho”. Isso, muitas vezes, invalida a dor dos homens, levando-os a esconder sentimentos. O homem com esse perfil infelizmente pode ter mais dificuldade de buscar ajuda em situações desafiadoras.

“Se reconhecer como ser humano que sofre, se alegra, ri e chora é um bom primeiro passo para mudar esse cenário”, acredita Simonetti. “O homem precisa naturalizar suas emoções e entendê-las como parte da vida. Nesse processo, é importante admitir que, em alguns momentos, ele vai precisar de ajuda e não há problema algum nisso”, destaca a psicóloga do Morada da Paz.

Acolhida

No Morada da Paz, o trabalho com luto e perdas é um diferencial e um serviço que se estende após o processo de despedida. “Sem julgamentos, independentemente de quem chegue até nós, homens e mulheres são acolhidos e podem encontrar conforto para lidar com a sua dor”, afirma a psicóloga. “Nesses espaços que oferecemos, como o Chá da Saudade, que é um momento de troca e acompanhamento do processo de luto, a presença masculina tem se mostrado cada vez mais comum, o que prova que é possível vivenciar o processo de forma saudável e sem tabus”, finaliza Simonetti.