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Com o falecimento de alguém próximo, as pessoas tendem a focar em superar o seu próprio luto e ajudar parentes e amigos a fazerem o mesmo. Mas é neste momento em que elas acabam esquecendo-se dos bichos de estimação, que também sofrem com a perda e ausência de seus tutores.

Quando o pet passa pelo trauma de perder um dono, alguns comportamentos diferentes começam a se manifestar, como diminuição de apetite e prostração, ou o contrário, apresentando atitudes agitadas e ansiosas. Uivos, latidos, lambedura psicogênica e comportamento destrutivo também são algumas das formas pelas quais os animais manifestam o luto. Em alguns, a tristeza pela separação resulta em depressão que, quando não é tratada adequadamente pode evoluir rapidamente, dificultando a recuperação do pet.

Apesar das nítidas atitudes de tristeza e sofrimento, especialistas afirmam não ser possível garantir se os animais têm consciência da morte do dono ou se apenas sofrem com a sua ausência. Alguns parecem demonstrar maior percepção da morte. Há relatos de cães que se colocam próximos ao corpo, que invadem velórios, cemitérios e se recusam a se afastar dos seus afetos, mas essa percepção é rara.

O mais comum é que o animal tenha um sentimento de espera, eles aguardam o dono e também o que faziam junto com ele, pois sentem falta da rotina. Se existia um passeio ou uma brincadeira, todo dia, no mesmo horário, o cachorro vai aguardar por aquele momento. Os animais estão habituados a manter um comportamento condicionado. Se todos os dias ele se senta, aguarda pelo dono e depois sai para passear, vai ter dificuldade de entender que, no dia seguinte, quando repetir seu comportamento, não terá o mesmo resultado. Isso cria uma ruptura na rotina do pet, levando à mudança de comportamento.

Para ajudar o animal a passar pelo processo de luto é preciso ter paciência. Quando o bicho perde um dos tutores, o ideal é que continue morando na mesma casa, com a mesma família. Nos casos em que o pet vivia só com o falecido, a sugestão é que o leve para morar em um lar com a mesma energia a que ele era acostumado.

Estudos recentes mostram que animais que se mudam para lares com outros pets tendem a se adaptar mais rapidamente. Manter a rotina o mais normal possível também auxilia no processo de cura. É extremamente importante fazer carinho no animal, mas isso só deve ser feito nos momentos adequados, para não atrapalhar o processo de superação do luto. O ideal é agir de forma natural, trazendo o pet para uma rotina normal, e estimulando brincadeiras com as quais ele já era acostumado.