Colaboradores do Morada da Paz na Paraíba refletem sobre o impacto da pandemia e a  missão de acolher as famílias enlutadas em um dos momentos mais difíceis da história recente. 

Há cinco anos, o Brasil registrava a primeira morte por Covid-19 e a Organização Mundial  da Saúde (OMS) declarava oficialmente a pandemia causada pelo coronavírus (Sars-CoV 2). Na Paraíba, foram registrados cerca de 602 mil casos e aproximadamente 10 mil óbitos pela  doença, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). 

O setor funerário foi um dos mais impactados pela pandemia, enfrentando desafios sem  precedentes. No Morada da Paz, que no estado atua como funerária, crematório e central de velórios, os profissionais precisaram se adaptar para manter a segurança e oferecer acolhimento digno às famílias enlutadas, mesmo diante de um cenário de incertezas e medo. 

Desafios e adaptações durante a pandemia 

Durante o período mais crítico da pandemia, o Morada da Paz reestruturou seus processos  para atender à alta demanda e seguir os rigorosos protocolos sanitários. O uso de EPIs  (Equipamentos de Proteção Individual) foi intensificado, e as cerimônias de despedida  precisaram ser adaptadas para respeitar as restrições impostas pelos órgãos de saúde. 

Para Gilmara Nascimento, gerente de Cuidado ao Cliente na unidade da Paraíba, a  pandemia foi um dos maiores desafios de sua carreira. “Não sabíamos ao certo com o que  estávamos lidando. Era algo novo para todos, e precisávamos encontrar maneiras de  continuar oferecendo suporte às famílias sem colocar em risco a segurança dos nossos  profissionais. Foi um momento de muito aprendizado, que nos fortaleceu como equipe”,  afirma. 

O impacto emocional e a missão do setor funerário 

Além das mudanças estruturais, a equipe do Morada da Paz também enfrentou desafios  emocionais. A cada dia, lidavam com histórias de dor e despedidas marcadas pela  impossibilidade do contato físico, tornando o acolhimento ainda mais desafiador. 

Gilvan Fernandes, supervisor de serviços, destaca como a pandemia reforçou o propósito  da profissão. “A pandemia não só ceifou vidas, mas também deixou cicatrizes profundas.  Por outro lado, também nos ensinou a valorizar mais a vida e as pessoas ao nosso redor.  

Aprendi a dizer que amo, a reconhecer a importância do meu trabalho e a compreender que  cuidar do outro é um dos maiores propósitos da minha missão aqui”, compartilha. 

Cinco anos depois: reflexões e aprendizados 

Hoje, cinco anos após o início da pandemia, os profissionais do setor funerário olham para  trás e refletem sobre o impacto daquele período. Para Gilmara, a experiência reforçou a 

importância da empatia e do acolhimento. “Cada despedida tem sua história, sua dor, e  nosso papel é garantir que esses momentos sejam vividos com respeito e humanidade”,  conclui. 

A pandemia trouxe desafios imensos, mas também ensinamentos valiosos. O compromisso  dos profissionais do Morada da Paz segue firme: oferecer suporte, acolhimento e dignidade  às famílias, reafirmando a importância do setor funerário na sociedade.