No Grupo Morada, colaboradores como tanatopraxistas, cerimonialistas e agentes de atendimento lidam com rotinas pouco conhecidas para a sociedade
Enquanto muitos profissionais têm suas rotinas e atuações amplamente reconhecidas, há categorias que seguem praticamente invisíveis aos olhos da maioria, mesmo exercendo funções indispensáveis. É o caso de trabalhadores do setor funerário, como agentes, sepultadores, tanatopraxistas e cerimonialistas, que lidam com a morte diariamente, oferecendo suporte técnico e emocional às famílias. No Dia do Trabalho, celebrado em 1º de maio, esses profissionais reforçam a importância de suas atividades para um processo de despedida digno e humanizado.
O setor funerário ainda enfrenta barreiras quando se trata de visibilidade e reconhecimento profissional. Lidar com a morte exige preparo técnico e equilíbrio emocional. Para muitos trabalhadores dessa área, o cotidiano envolve mais do que a execução de tarefas práticas — trata-se também de acolher famílias e garantir que o momento da perda seja vivido com o máximo de respeito e organização possível.
No Nordeste, o Grupo Morada é um dos principais nomes do segmento, reunindo as marcas Morada da Paz, Morada da Paz Essencial – Assistência Funeral e Morada da Paz Pet, atuando com cemitérios, crematórios e assistência funerária humanizada. A empresa tem entre seus pilares o cuidado com a experiência de despedida e a valorização dos profissionais que tornam esse processo possível.
Herica Camilo, instrutora de treinamento no grupo na área de vendas de planos funerários, explica que a abordagem com o público exige sensibilidade e escuta atenta. “A venda de um plano funerário ainda carrega muitos estigmas. É necessário cuidado ao apresentar um produto que trata de um tema tão delicado. Nosso papel é mostrar que o planejamento pode ser uma forma de cuidado com quem fica e de estrutura diante de uma situação inevitável.”
Mesmo diante dos avanços nas plataformas digitais, Herica destaca que o contato humano permanece central para a atividade. “É um tipo de venda que exige confiança, e isso ainda é construído principalmente na conversa direta com o cliente.”
A função de tanatopraxista também ilustra a complexidade técnica do setor. Trata-se do profissional responsável por realizar os procedimentos de conservação, higienização e restauração dos corpos. Ainda que sua atuação seja majoritariamente nos bastidores, o impacto do trabalho é visível para as famílias, que têm a oportunidade de se despedir com mais serenidade.
Gilvan Fernandes conhece bem essa realidade. Ele iniciou sua trajetória no Grupo Morada como auxiliar operacional, passou pela área de tanatopraxia e foi selecionado para o programa de trainee da empresa. Atualmente, atua como supervisor de serviços. “Entrei sem ter clareza sobre o caminho que poderia seguir, mas fui assumindo novas responsabilidades conforme as oportunidades surgiam. O programa de trainee me deu base para entender melhor os processos e me preparar para liderar equipes, o que é uma etapa importante dentro do setor”, afirma.
Já Safira Silva atua como cerimonialista fúnebre no Grupo Morada, uma função menos conhecida, mas essencial para garantir que cada cerimônia de despedida tenha um significado para os familiares. “Nosso trabalho é compreender a história da pessoa que partiu e criar um ambiente onde a família possa se despedir com acolhimento e respeito. Cada detalhe conta para que esse momento seja vivenciado da melhor forma possível”, explica.
O trabalho de profissionais como Herica, Gilvan e Safira, em João Pessoa, evidencia que o setor funerário vai além da logística. Ele envolve cuidado, organização e, principalmente, sensibilidade diante da dor do outro. Em um cenário onde muitas dessas atividades permanecem invisíveis, dar voz a essas experiências ajuda a compreender melhor o impacto social desse segmento e os desafios enfrentados por quem escolhe atuar nesse campo.